Escrito por: Fabíola Lira
Esses dias, leia-se há algumas semanas, fui incumbida da
missão de escrever algo aqui para o blog. Passei dias, dias mesmo dessa vez,
pensando no tema e em que palavras usar. Fiquei observando os pés das donas do
blog (foto da capa aí de cima) e me dei conta de que o tema estava bem diante
dos meus olhos, literalmente. E isso já dá tema para outro texto.
O que nos aproxima de verdade? Abraços? Ajudam. Carinho?
Ajuda bastante. Pensei no tempo. Você pode sentir uma simpatia enorme e
instantânea por alguém que acabou de conhecer e não se tornar amigo dessa
pessoa. Ou ter uma má impressão à primeira vista, para descobrir que você
estava totalmente enganado. O que prova que nem sempre a primeira impressão é a
que fica.
Embora uma pessoa simpática seja mais agradável de se ter
por perto, não é isso que te aproxima e te faz permanecer ao lado de alguém.
Beleza? Não, definitivamente não. Essa passa, é efêmera e fulgaz. Pode até
atrair, mas não é comprovante de permanência.
O tempo. Ah, o tempo! Esse sim. Esse nos aproxima de
verdade. É só com o tempo que se descobre as sutilezas do dia a dia, da
personalidade, das características tão singulares de cada um. É só com o tempo
que você descobre que o “bem”, nem
sempre quer dizer bem mesmo. É só com o tempo que você percebe que a irritação,
às vezes, é sintoma de saudade e carência.
É só com o tempo que se nota com o olhar uma conversa sem
palavras. É só com o tempo que se nota o quanto algumas pessoas entraram na
nossa vida como tantas outras, mas que fizeram toda a diferença.
O que nos aproxima de verdade é o amor, é o cuidado, é a
amizade, é a presença – nem sempre física -, é o estar junto sem estar perto,
muitas vezes. Não se ama num piscar de olhos, não se cuida em minutos, não se
estabelece uma relação de confiança e amizade em dias.
É só com o tempo que reconhecemos, sabemos, notamos o que
nos aproxima de verdade.
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