Escrito por: Peterson Leandro
Olá!
Olá!
Como sabem, sexta é dia de
cinema no Infinito de Nós, e hoje vamos conversar sobre a carreira do
aniversariante dessa semana, um ilustre balconista de locadora que se tornou um
dos maiores, mais cultuados e controversos diretores/roteiristas do nosso
tempo, meu grande ídolo no cinema, QUENTIN TARANTINO.
Apaixonado pela sétima
arte desde criança, Tarantino estudou atuação em diversas escolas de artes, mas
começou sua carreira, de fato, escrevendo roteiros. Viu seu nome crescer quando
seu roteiro de True Romance (Amor à Queima-Roupa), dirigido por Tony Scott,
ganhou destaque pela crítica especializada, abrindo os caminhos para que ele
pudesse escrever e dirigisse seu próprio filme.
CÃES
DE ALUGUEL (1992): A
plot é simples: cinco homens são contratados para fazer um roubo e algo sai
errado porque um deles traiu o grupo. Porém, desde o primeiro longa Tarantino
já delimitou seu peculiar estilo. Com ele nada é tão simples, nem tão pouco
genérico. O grupo de assaltantes, por exemplo, não se conhece, não sabem se
quer os nomes uns dos outros, e o objeto do roubo não é mostrado em momento
nenhum durante todo o filme. As referências à cultura pop são jogadas em peso
nos diálogos longos e extremamente bem escritos (o icônico debate sobre Like a
Virgin, de Madonna), a trilha sonora eclética, a narrativa não-linear e a
violência já estão presentes, características marcantes do estilo do diretor.
PULP
FICTION (1994): Dois
assassinos profissionais, um gângster e sua esposa, um pugilista pago para
perder uma luta e um casal assaltando um restaurante, na Los Angeles dos anos
90. Como todas essas histórias se relacionam, só Quentin Tarantino pode fazer.
Considerado por muitos o melhor trabalho do diretor, Pulp Fiction foi sucesso
absoluto de crítica, recebendo a Palma de Ouro em Cannes, sete indicações ao
Oscar, nove no BAFTA e seis no Globo de Ouro, cunhou diversas e cenas e
diálogos e colocou o nome de Tarantino de vez entre as promessas do cinema
moderno, além de, claro, tirar a carreira de John Travolta da lama. É uma pena
que ela tenha voltado pra lá de novo.
JACKIE
BROWN (1997): Pela
primeira vez Tarantino não escreveu completamente um filme dirigido por ele.
Jackie Brown é, na verdade, uma adaptação do romance Rum Punch, de Elmore
Leonard, lançado em 1992, e conta a história de uma aeromoça de uma pequena
linha aérea mexicana que, apesar do baixo salário, se mantém no emprego porque
esse a possibilita contrabandear dinheiro do México para os Estados Unidos. É
interessante notar que, como bom fan-boy que é, aqui Tarantino começou a
homenagear seus estilos cinematográficos favoritos, como continuou fazendo nos
filmes seguintes, rendendo tributo aos filmes “blaxploitation” da década de
1970. Confesso que não é um dos meus preferidos, mas ainda assim o filme teve
grande recepção pela crítica, além de uma indicação ao Oscar e duas no Globo de
Ouro.
KILL
BILL (2003/2004):
Desenvolvido ainda no meio da produção de Pulp Fiction, Kill Bill mostra a saga
da “Noiva” (Uma Thurman, mais incrível do que nunca, que também leva créditos
no roteiro) em busca de vingança, após ser brutalmente (quase) assassinada em
seu próprio casamento, grávida, pela gang do tal Bill, à quem o título se
refere, a mando do mesmo. Homenageando principalmente o cinema japonês, Kill
Bill teve que ser dividido em dois volumes, pois uma sessão de mais de 4h não
seria comercialmente viável para os cinemas, sendo esse um dos motivos que
podemos considera-lo o maior hit comercial do diretor até hoje. Além disso, o
filme também foi indicado a cinco BAFTAS e três Globos de Ouro, nada mal, eu
diria, mas o melhor ainda estava por vir.
BASTARDOS
INGLÓRIOS (2009):
Depois de uma longa pausa, Tarantino volta em grandioso estilo. Acostumado a
criar suas próprias histórias, dessa vez ele resolveu ousar e reescrever a
História, contando, dessa vez, sobre a vingança de dois judeus, o Tenente Aldo
Raine (brilhantemente interpretado por Brad Pitt) e Shosanna Dreyfus/
Emmanuelle Mimieux, contra o nazismo de Hitler em plena Paris efervescente da
década de 40. Com ajuda de um elenco afinadíssimo, Tarantino conseguiu contar
uma história extremamente empolgante e violenta, transformando de vez sua forma
de fazer não apenas como um estilo pessoal, mas quase um gênero de cinema.
Seguindo o sucesso de Kill Bill, Bastardos arrecadou muito bem, mas também
trouxe grande reconhecimento ao arrematar oito indicações ao Oscar, seis ao
BAFTA e quatro no Globo de Ouro, todas com grade destaque às vitórias de
Christoph Waltz pelo seu impagável Coronel Hans Landa, já considerado um dos
grandes vilões do cinema.
DJANGO
LIVRE (2012): Para
finalizar o que chamamos de “Vengeance Trilogy”, Tarantino escolheu homenagear
seu gênero favorito: faroeste. Conhecemos, então Django, um escravo livre que
cruza por todo os Estados Unidos com o “Dr.” King Schultz, um caçador de
recompensas, na missão de resgatar sua amada esposa das mãos do cruel
"Monsieur" Calvin J. Candie. Na minha opinião, Django não é tão
icônico quanto seus parceiros de trilogia, no entanto não perde em nada na
qualidade. Grandioso destaque, mais uma vez para o elenco, que entrega
incríveis atuações, especialmente Samuel L. Jackson (terceiro trabalho juntos),
Leonardo DiCaprio (fazendo seu primeiro vilão) e, mais uma vez, Christoph
Waltz, que recebeu seu segundo Oscar por um trabalho com Tarantino. Além disso,
o filme teve cinco indicações da Academia, BAFTA e Globo de Ouro e, mais uma
vez, fez muito dinheiro.
Obviamente, Tarantino,
mente criativa que é, se envolveu em diversos outros projetos interessantes,
como Grindhouse e seu excelente “A Prova de Morte” ou sua participação como
diretor convidado em “Sin City”, por exemplo, mas nosso espaço aqui é curto,
precisaríamos de dias de leitura para discutir todos os pontos interessantes
dessa carreira. Então, para finalizar, indico o excelente curta-metragem que
empresta nome a esse post, que sintetiza uma teoria vastamente debatida na
internet, de que todos os filmes do diretor se passam num mesmo universo e se
ligam de alguma forma, abrilhantando ainda mais a obra de Tarantino, mostrando
quão único é seu talento.
Até a próxima. ;)
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Quentin Jerome Tarantino
27 de Março de 1963
Knoxville, Tennessee, US
21
indicações ao Oscar (4 vitórias)
25
indicações ao BAFTA (5 vitórias)
20
indicações ao Globo de Ouro (4 vitórias)
2
indicações à Palma de Ouro (1 vitória)
3 indicações ao Broadcast Film Critics
Association Awards (2 vitórias)
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